sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Quando para-se para refletir sobre o significado da palavra MARIA na vida dos cristãos, por diversas formas pode-se entendê-la: seja como a Mãe do Deus feito Homem – Jesus Cristo, Mãe da Igreja ou ainda na mãe por adoção filial dos batizados em Cristo Jesus. Pode-se ainda vê-la de outras formas: é a cheia de graça (Lc 1,28); a bendita entre as mulheres (Lc 1,42); mãe do Messias, Servo Sofredor (Jo 19,25-27); ou ainda a Serva do Senhor (Lc 1,47-53). Maria a Mãe de Deus ... Lê-se em Lc 1, 41-42: ” Aconteceu que, mal Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança saltou em seu ventre; e Isabel, cheia do Espírito Santo , exclamou em voz alta: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! “ Por que então Isabel saudou Maria com tanto entusiasmo? É que o Espírito lhe abriu a mente para captar o mistério que Maria escondia, mistério que a faz efetivamente a mais bendita entre todas as mulheres da terra. Por um momento na história Maria é o centro do desígnio de Deus. Por ela passam e se cruzam todos os caminhos. Com efeito, nela se encontram as duas Pessoas divinas que foram enviadas pelo Pai, o Filho e o Espírito. Primeiro o Espírito. Este desce sobre ela e arma nela a sua tenda, quer dizer, mora definitivamente em Maria. É o que o texto de Lc 1,35 deixa em luz cristalina. Estabelece-se uma relação única entre o Espírito e Maria. Ela é assumida pelo Espírito de forma tão radical que ela é elevada à altura do Divino. Por esta razão Lucas diz: “por causa disso, o Santo gerado será chamado Filho de Deus” (1,35). O Filho de Deus só pode provir de alguém feito Deus. Maria, portanto, é o templo vivo do Espírito. Esse Espírito em Maria faz com que dela nasça o Filho de Deus encarnado. Maria empresta a sua carne. O Espírito vai gestando a santa humanidade de Deus a partir de Maria. Num momento preciso da história, quando ela diz ao anjo Sim, se fazem presente nela o Espírito que nela mora e o Filho eterno que começa a crescer como o seu filho. Dignidade maior não existe. Por isso Isabel tem razão em seu júbilo: Maria é bendita entre todas as mulheres do universo. Pode-se ainda perguntar: Qual o papel de Maria Santíssima na historia da salvação? O próprio Cristo quando na cruz a colocou como colaboradora íntima da obra salvadora por ele vivificada na cruz, em Jo 19, 26-27 tem-se: “Vendo a mãe e, perto dela o discípulo a quem amava, Jesus disse para a mãe: “Mulher, aí está o teu filho”. Depois disse para o discípulo: “Aí está a tua mãe”. Ela sempre vivia em união com seu Filho, acompanhava-o passo a passo, associando-se a Ele, amando sempre aqueles que Ele amava. Em Jo 2,5 está explicitado todo o serviço que Maria presta aos homens e que consiste em abri-los ao Evangelho de Cristo e convidá-los a obedecer-lhe: “Fazei tudo o que ele vos disser”. “Deus se fez carne por meio de Maria, começou a fazer parte de um povo, constituiu centro da história. Maria é o ponto de união entre o céu e a terra. Sem Maria desencarna-se o Evangelho, desfigura-se e transforma-se em ideologia, em racionalismo espiritualista.“ ou seja em alegoria.(Cf. Puebla 301) Maria a Mãe da Igreja ...e nossa Mãe Ora se a Igreja é o Corpo místico de Cristo, e Maria é colaboradora íntima da obra salvadora de seu Filho, sendo a co-redentora, pode-se então indagar por que Ela é também chamada de Mãe da Igreja? A Igreja, instruída pelo Espirito Santo venera Maria, a Mãe muito amada, e foi nesta fé que através de Paulo VI proclamou-se Maria a Mãe da Igreja. Ela que já era sem sombra de dúvidas a Mãe de Deus, Mãe de Cristo, quando o Espírito Santo a cobriu com sua sombra, seria também a Mãe da Igreja, porque é Mãe de Cristo, cabeça do corpo místico da Igreja. Pode-se ainda dizer, que é Mãe da Igreja porque no momento que a Igreja nasceu do coração de Cristo, ela colaborou com o seu amor, sofreu e se sacrificou com o seu Filho para a redenção do mundo. A Igreja gerando sempre sua obra evangelizadora através de novos filhos batizados em nome da trindade, que pela conversão aceita o Evangelho de Jesus Cristo, passa a ter um significado de transformação e renovação para uma vida nova. Torna-se pois, a Igreja, um outro Cristo no verdadeiro renascer para uma nova vida, onde nesse parto Maria é a grande Mãe da Igreja e dos novos filhos – os cristãos pelo batismo. Maria, mesmo estando na gloria do Pai, age na terra, pois o seu coração de mãe é tão grande quanto o mundo e intercede sem cessar pelos povos junto a seu Filho Jesus. A Igreja hoje no seu renovar espiritual do povo de Deus , deve ter em Maria – o Evangelho encarnado, seja pelo modelo ideal da ternura do seu coração de Mãe, seja pelo acompanhamento e proteção que Ela se permite, para que Igreja tenha um novo caminho de peregrinação rumo ao Pai. Por tudo isso é que os cristãos devem após refletir a sua Igreja, na sua origem, na sua missão e no seu destino, voltar o olhar para Maria a fim de contemplar nela o que é a Igreja e o seu mistério, na “sua peregrinação da fé”, e o que ela será na pátria celeste ao termo final de sua caminhada, onde a espera, “na glória da Santíssima e indizível Trindade”, “na comunhão de todos os santos”, aquela que a Igreja deve venerar como a Mãe do seu Senhor e como que a sua própria Mãe (conforme CDIC 972): “Assim como no céu, onde já está glorificada em corpo e alma, a Mãe de Deus representa e inaugura a Igreja na sua consumação no século futuro, da mesma forma nesta terra, enquanto aguardamos a vinda do Dia do Senhor, Ela brilha como sinal da esperança segura e consolação diante do Povo de Deus em peregrinação.” (Lumem gentium 68)”. Créditos: Luiz Tadeu Dias Medeiros Membro da Pastoral da Liturgia Paróquia sagrado Coração de Jesus Mandacarú-João Pessoa (PB)

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A Imaculada Conceição é, segundo o dogma católico, a concepção da Virgem Maria sem mancha ("mácula" em latim) do pecado original. O dogma diz que, desde o primeiro instante de sua existência, a Virgem Maria foi preservada por Deus, da falta de graça santificante que aflige a humanidade, porque ela estava cheia de graça divina. Também professa que a Virgem Maria viveu uma vida completamente livre de pecado. Imaculada Conceição de Peter Paul Rubens no Museu do Prado. A festa da Imaculada Conceição, comemorada em 8 de dezembro, foi definida como uma festa universal em 28 de Fevereiro de 1476 pelo Papa Sisto IV. A Imaculada Conceição foi solenemente definida como dogma pelo Papa Pio IX em sua bula Ineffabilis Deus em 8 de Dezembro de 1854. A Igreja Católica considera que o dogma é apoiado pela Bíblia (por exemplo, Maria sendo cumprimentada pelo Anjo Gabriel como "cheia de graça"), bem como pelos escritos dos Padres da Igreja, como Irineu de Lyon e Ambrósio de Milão2. Uma vez que Jesus tornou-se encarnado no ventre da Virgem Maria, era necessário que ela estivesse completamente livre de pecado para poder gerar seu Filho.

Cumprindo os mandamentos.

“Concluídos os dias da sua purificação”, a de Maria Santíssima, “segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém”, ao Menino Jesus, “para o apresentarem ao Senhor, conforme o que está escrito na lei do Senhor: Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor[1] e para oferecerem o sacrifício prescrito pela lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos.” [2]É o Evangelho de São Lucas que, assim, nos apresenta a Santíssima Virgem, e aqui toda a Sagrada Família, pela terceira vez, a caminho. O curto caminho – aproximadamente oito quilômetros – que há de Belém a Jerusalém. São Tomás precisa o sentido das cerimônias mencionadas no Evangelho:“Ora, a respeito dos recém-nascidos, a lei ditava dois preceitos: um geral, referente a todos os nascimentos: no fim dos dias da purificação da mãe, devia-se oferecer um sacrifício pelo menino ou pela menina, assim como prescrevia o Levítico. Esse sacrifício tinha por fim expiar o pecado no qual a criança tinha sido concebida e tinha nascido e também consagrar, de alguma maneira, a criança que era então apresentada no Templo pela primeira vez. Por isso se fazia uma oferenda pelo holocausto e uma pelo pecado”. Mas no caso de Nosso Senhor, primogênito, havia uma segunda lei que também se aplicava e até de modo muito especial:O outro preceito, especial, só dizia respeito aos primogênitos, seja entre os homens, seja entre os animais; o Senhor tinha, com efeito, reservado para si todo o primogênito em Israel, porque, quando da libertação dos Israelitas, Ele tinha atingido [com a morte] todos os primogênitos do Egito, desde os homens até os animais, mas tinha conservado a vida dos primogênitos Israelitas. Esse mandamento se encontra no Êxodo (12, 2-12). Vê-se também aqui uma figura de Cristo, “primogênito entre muitos irmãos”.[3] Também Nossa Senhora, embora deles estivesse isenta dado o caráter extraordinário da concepção de Nosso Senhor Jesus Cristo por obra do Espírito Santo, quis submeter-se e submeteu-se aos ritos da purificação das mães. E embora, como explica ainda o Doutor Angélico, a Virgem Santíssima dê prova neste episódio de muitas virtudes[4], o que ressalta do texto, a razão pela qual Ela se põe a caminho, é sobretudo o desejo de cumprir a Lei: “conforme está escrito na Lei do Senhor”.
Como era a família de Maria? Como foi sua infância? E sua formação? Como era seu rosto? Sua altura? Seu temperamento? O que fazia antes da Anunciação? O que fez depois? Os evangelistas não escreveram uma biografia de Maria. Para nós, que gostamos de conhecer detalhes da vida de pessoas importantes, isso é um tanto decepcionante. Não só os evangelhos, mas a Bíblia tem uma finalidade bem precisa: testemunhar a fé de um povo que foi chamado por Deus a uma aliança de amor. O Novo testamento não é a "História de Maria". Quem está em seu coração é Jesus. São poucas as passagens bíblicas referentes à Maria. Mesmo quando é mencionada, normalmente não é ela o centro do acontecimento descrito.O que a palavra de Deus nos mostra é que Maria Santíssima esteve presente, mesmo de forma discreta, nos momentos centrais da História da Salvação: a encarnação, a inauguração do ministério de Cristo, a crucificação e o nascimento da Igreja com a vinda do Espírito Santo. Encontramos maior número de informações a seu respeito nos evangelhos de Lucas e Mateus, que dedicam mais espaço a infância de Jesus. Além dos dados, na verdade escassos, fornecidos pelos Evangelhos, a tradição cristã extraiu outros dos Evangelhos apócrifos, por exemplo dos referentes à infância de Jesus, como o Proto-evangelho de Tiago, do “Trânsito da Bem-Aventurada Virgem Maria” e do “Apocalipse da Virgem Maria. O Novo Testamento nos diz que Maria era uma humilde mulher do povo hebreu, era uma pessoa concreta, historicamente verossímil e longe de ser uma invenção fantasiosa. Os dados estritamente biográficos derivados desse texto informam-nos que era uma jovem pertencente à tribo de Judá e a descendência de Davi; nasceu provavelmente em Jerusalém, casou-se com um carpinteiro, José, passando a residir em Nazaré, uma aldeia da Galiléia, da qual saiu para submeter-se ao recenseamento em Belém. Na época de Herodes, deu à luz um filho, Jesus, e foi obrigada a defendê-lo da tirania do rei, primeiro fugindo para o Egito e depois buscando refúgio em Nazaré. A historicidade de Maria, confirmada por recentes descobertas, faz desta mulher a grande realidade da encarnação de Cristo. O lugar que Maria ocupa na Bíblia é discreto: ela está ali totalmente em função de Cristo e não por si mesma. A Virgem Maria é um sol que ilumina sem ofuscar; sem fazer milagres na terra, limita-se a ser Mãe. Assim como dá à luz o seu Filho em Belém, no calvário dá à luz espiritualmente a todos nós, que somos irmãos do seu Filho, tornando-se, na figura de João, a Mãe de cada um de nós. Fonte consultada: Com Maria, a Mãe de Jesus/Murilo S.R. Krieger - São Paulo: Paulinas, 2001

Maria, mãe de Jesus.

Maria (hebraico: מִרְיָם, Miriam; aramaico: Maryām; árabe: مريم, Maryam; grego: Μαρία, María), também conhecida como Maria de Nazaré, Santa Maria, Mãe Maria, Virgem Maria, Nossa Senhora, Santíssima Virgem Maria, Theotokos, Maria, Mãe de Deus e, no Islã, como Maria, Mãe de Isa é a mulher israelita 5 de Nazaré, identificada no Novo Testamento e no Alcorão como a mãe de Jesus através da intervenção divina (Mateus 1:16-25, Lucas 1:26-56, Lucas 2:1-7). Jesus é visto como o messias — o Cristo — em ambas as tradições, dando origem ao nome comum de Jesus Cristo. Maria teria vivido na Galileia no final do século 1 a.C. e início do século 1 d.C., é considerada pelos cristãos como a primeira adepta ao cristianismo. Os evangelhos canônicos de São Mateus e São Lucas descrevem Maria como uma virgem (grego: παρθένος, parthenos).6 Tradicionalmente, os cristãos acreditam que ela concebeu seu filho milagrosamente pela ação do Espírito Santo. Os muçulmanos acreditam que ela concebeu pelo comando de Deus. Isso ocorreu quando ela estava noiva de José e aguardava o rito do casamento, que tornaria a união formal.7 Ela se casou com José e o acompanhou a Belém, onde Jesus nasceu.3 De acordo com o costume judaico, o noivado teria ocorrido quando ela tinha cerca de 12 anos, o nascimento de Jesus aconteceu cerca de um ano depois.8 O Novo Testamento começa o seu relato da vida de Maria com a anunciação, quando o anjo Gabriel apareceu a ela anunciando que Deus a escolheu para ser a mãe de Jesus. A tradição da Igreja e os escritos apócrifos afirmam que os pais de Maria eram um casal de idosos, São Joaquim e Santa Ana. A Bíblia registra o papel de Maria em eventos importantes da vida de Jesus, desde o seu nascimento até a sua ascensão. Escritos apócrifos falam de sua morte e posterior assunção ao céu. Os cristãos da Igreja Católica, da Igreja Ortodoxa, da Igreja Ortodoxa Oriental, da Igreja Anglicana e da Igreja Luterana acreditam que Maria, como mãe de Jesus, é a Mãe de Deus (Μήτηρ Θεοῦ) e a Theotokos, literalmente Portadora de Deus. Maria foi venerada desde o início do cristianismo.9 10 Ao longo dos séculos ela tem sido um dos assuntos favoritos da arte, da música e da literatura cristã. Há uma diversidade significativa nas crenças e práticas devocionais marianas entre as grandes tradições cristãs. A Igreja Católica tem uma série de dogmas marianos, como a Imaculada Conceição de Maria e Assunção de Maria. Os católicos se referem a ela como Nossa Senhora e a veneram como a "Rainha do Céu" e "Mãe da Igreja", porém, a maioria dos protestantes não compartilha dessas crenças, 11 12 atribuindo a ela um papel mínimo dentro do cristianismo por conta das poucas referências bíblicas sobre sua vida.13

“Feliz o homem que me ouve”: A Virgem Maria e o dom de conselho.

Introdução No dia 26 de abril a Igreja comemorou a festa de Nossa Senhora do Bom Conselho, festa de uma das imagens mais honradas do Catolicismo. A sorridente Senhora, com seu Filho nos braços, tem seu santuário na antiga Vila Claudiana, hoje chamada Genazzano. Milagrosamente transportada da Albânia até a Itália, acompanhando dois cristãos que fugiam da invasão muçulmana, a imagem fixou-se ao muro interior da igreja dos Padres Agostinianos, chegando à cidade no momento em que se dava a feira local, no dia 25 de abril de 1467. A imagem foi coroada pelo capítulo da Basílica Vaticana em 1682 e receberá, no século XVII, o título de Nossa Senhora do Bom Conselho. Tendo sua festa colocada no dia 26 de abril, em função da festa do Evangelista São Marcos ser comemorada no dia anterior, ela ganhou uma nova honra quando o Papa Leão XIII, um pouco antes de morrer, colocou a invocação da “Mãe do Bom Conselho” na ladainha de Nossa Senhora. Para honrar a Nossa Senhora num de seus títulos mais venerados, nós consideraremos aqui, sucessivamente, a importância do bom conselho, o modo como o dom de conselho resplandeceu em Nossa Senhora e quais são os meios que devemos usar para alcança-lo. A importância do bom conselho O conselho é uma aplicação judiciosa dos princípios gerais nos casos particulares. Nas diferentes circunstâncias da vida, ele nos mostra a verdadeira conduta que devemos ter, para que lado devemos ir, e é, portanto, um elemento indispensável para ser ter sabedoria prática, para fazer aquilo que é moralmente bom e sobrenaturalmente agradável a Deus. O conselho serve para nos dirigir, bem como aos outros, nos caminhos da justiça para chegarmos até aquela perfeição que a graça de Deus nos quer dar. Se, mesmo nos problemas humanos, a existência de um conselheiro é algo que não tem preço, porque são poucas as qualidades que dão a alguém tanta autoridade e visão das coisas como a capacidade de aconselhar, então em que estima não devemos ter à sabedoria sobrenatural, que guia nossos passos até a finalidade última de nossa existência, que é ver a Deus no Céu? Se conhecermos os princípios mais elevados e excelentes, mas não soubermos traduzi-los em atos, de que nos serve este conhecimento? Este conhecimento mais claro da verdade, permanecendo no estado de pura teoria, só contribuirá para agravar nossa responsabilidade. Além disso, em nossas atividades quotidianas, são tantas as responsabilidades que temos, que nos vemos tomados pela necessidade contínua dessa ciência prática, para nosso bem e para o bem daqueles que convivem conosco. O dom de conselho em Nossa Senhora Quando vemos o papel que foi confiado por Deus a Nossa Senhora, nos damos conta de que nunca houve uma simples criatura que se visse submetida a tantas deliberações, contendo consequências tão graves, como a Virgem Maria. Pelo seu consentimento à Encarnação no Verbo ela decidiu a respeito de nossa Redenção. Em seguida, ela precisou viver como digna Mãe de Deus. Que capacidade de conselho não precisou ter aquela que, única entre todas as criaturas, realizou plenamente toda a perfeição que Deus queria dela? Quando percorremos com um olhar a vida da Santíssima Virgem, vemos que capacidade de conselho ela teve quando ofereceu seu voto de virgindade a Deus, quando consentiu em tomar São José como esposo e protetor, quando respondia ao Arcanjo Gabriel, na atitude humilde e simples que ela guardou durante toda a vida escondida e pública e Nosso Senhor, na sua presença no Calvário, nas relações cheias de autoridade e de delicadeza que ela teve com os apóstolos após a Ressurreição e a Ascensão de Cristo. Quando o Espírito Santo veio sobre os apóstolos, eles todos estavam em torno de Nossa Senhora. Quando a rainha de Sabá foi até Jerusalém, atraída pelo renome que tinha Salomão, ela voltou admirada das respostas cheias de sabedoria que ela tinha obtido deste rei, porque a realidade ultrapassara em muito suas expectativas. E que sentimento de profunda estima e admiração não teremos pela Virgem Maria vendo que a Saberia de Deus quis tê-la por mãe? Que sabedoria e que capacidade de conselho não foram concedidos a quem a Sabedoria de Deus quis se submeter? Os meios de adquirir o dom de conselho Como estamos interessados somente nos efeitos sobrenaturais, embora sem desprezar os bens naturais, devemos nos lembrar de que a sabedoria prática deve se obter de Deus: “Eis porque eu rezei, e a prudência me foi dada, invoquei e o espírito de sabedoria veio em mim. (…) Sabendo que eu não poderia obter a sabedoria se Deus não me a desse, e já era prudência saber de quem vem este dom, eu me dirigi ao Senhor, e o invoquei” (Sabedoria 7, 7. 21).